Festival de Jovens | PALMAS

O Festival de Jovens é o encontro anual da juventude Sementes do Verbo e de jovens de todo Brasil, que desejam uma experiência de profundidade com a Palavra de Deus. Acontece todos os anos no período do Carnaval. Os cinco dias de Festival são marcados por formações, partilhas, liturgia, oficinas artísticas e muito mais! Em 2025, o Festival traz como tema: “Peregrinos da Esperança”. O evento acontecerá presencialmente, nas nossas casas de missão em Palmas/TO, Belém/PA, Rio de Janeiro/RJ e Manaus/AM. Local Sementes do Verbo – CASA MÃE Area Verde, 9, Comunidade Catolica Sementes do Verbo, Setor Leste Palmas, TO Inscrição pelo site oficial : https://www.festivaldejovens.org/
Coeur a Coeur… face a Face!, De coração a Coração… face a Face!

Coeur a Coeur… face a Face!, De coração a Coração… face a Face! Escrevo estas linhas, da nossa última fundação no Convento de Santa Helena do Monte Calvário, Mosteiro de Clarissas do século XVI nas muralhas de Évora, em Portugal, onde somos chamados a ser sentinelas da Esperança pela adoração perpétua e pelo anúncio, caminhando como arautos e peregrinos da Esperança nesta bela cidade universitária que será capital da cultura em 2027. Neste nobre convento, tudo ou quase tudo está em ruínas, mas o Santíssimo e esta palavra encontrada na entrada nos animam a cada dia: “A Minha Providência e a tua fé, manterão esta casa de pé!”. Fazemos a experiência de Santo Inácio de Loyola: “Rezar como se tudo dependesse de Deus e trabalhar como se tudo dependesse de nós!”. Nos primórdios do cristianismo, em tempos de grandes perseguições, surge em pleno século III, o testemunho de Santa Helena (246/48-330). Mulher transpassada pela Cruz de Nosso Senhor, torna-se, mãe do futuro Imperador Constantino, não só responsável pela sua conversão e o início de uma era de paz e esperança para os cristãos perseguidos. Foi a grande divulgadora da Cruz de Cristo, pois aceitou a ciência da cruz na sua própria vida. De família simples e como zeladora de estábulos, não poderia ser aceite como esposa do nobre militar Constâncio Cloro e foi obrigada a separar-se dele, sendo abandonada com seu filho Constantino. Aceitou ver que seu esposo desposou uma nobre em seu lugar, mas nunca desanimou e escolheu sempre a verdadeira nobreza de alma ao permanecer humilde, tornandose assim luminosa e contagiante, com esta insondável ciência da Cruz! A Santa Helena, devemos não apenas a relíquia da Santa Cruz e seus três cravos, mas também a construção das basílicas da Natividade e da Ascensão no Monte das Oliveiras. Segundo a tradição, Helena ao encontrar os três madeiros da cruz, para saber qual seria o verdadeiro, mandou chamar os doentes da cidade. Diante do primeiro, alguns eram curados, outros não. Helena deduziu que era a cruz do Bom Ladrão; na segunda, nenhum dos doentes eram curados: concluiu era a do mau ladrão; e na terceira todos eram curados, tendo a certeza que era a Cruz de Jesus. Esta data de 3 de maio foi considerada até ao Concílio Vaticano II como a festa da Santa Cruz pois seria o dia em que, segundo a tradição, Santa Helena teria encontrado a verdadeira cruz. Esta Cruz que vence todas as batalhas: “In hoc signo vinces: com estensinal vencerás”. No Monte Cassino, onde São Bento (480-547) viveu, no sec VI, num rochedo e onde recebeu a sua regra de vida “Ora et labora et legere”. “Ore, trabalhe e leia”, podemos contemplar um fresco que parece ser uma profecia para estas Novas Formas de Vida Consagrada com todos os estados de vida, juntos, como peregrinos da Esperança, sob a proteção do manto da Mãe da Igreja! A Comunidade Sementes do Verbo lançou sementes em novas terras, neste mesmo ano em que abrimos este Convento em Évora, para além de fundarmos a nossa missão na Venezuela, em Maputo, em Moçambique, no Canadá, em Montreal, o Bom Deus nos conduziu a fundar uma nova presença na Itália, no Convento de São Bernardino de Siena (1380-1444), a dois passos de Assis e de Siena. Maior presente para celebrarmos o nosso jubileu comunitário não podia haver, fazendonos adentrar ainda mais, na grande escola franciscana, do “Vai e reconstroi a Minha Igreja!”. Bem perto, aos pés do Monte Alverne onde Francisco (1181/2-1226) sofreu as maiores tentações de desespero (até pensar em suicídio…), mas também onde recebeu o maior sinal de consolo e de união a Deus, os estigmas do Amor, confiei a nossa comunidade nesta sua escuta contemplativa. No coração do rochedo, um altar dedicado à escuta e ao diálogo, onde o Jesus aparecia a Francisco para falar-lhe, coeur a coeur, de coração a coração… e para se revelar face a face, numa intimidade indelével. No séc. XIV, Santa Catarina de Sena (1347-1380), na sua cela durante os seus anos santos de intimidade viveu no meio de tantas penitências e jejuns, esse júbilo de escutar e de ver o seu Amado, coeur a coeur e face a face! Surgem assim celeiros de almas de fogo porque incendiadas pelo Amor e que abrasaram o mundo, dilacerado das suas épocas, como peregrinos da Esperança. Coeur a Coeur… face a Face! Se nos deixarmos transpassar pelo Coração sempre aberto de Jesus, do qual só jorram Amor, Sangue e Água, não somente seremos revirginizados, divinizados, como também seremos consolados e saciados nas dores e angústias existenciais que carregamos, sobretudo a do sentido das nossas existências. Só Deus sabe por quê e para quê nos criou e qual a missão única que quer confiar a cada um de nós. Mas quantas pessoas passam ao lado do seu próprio mistério, sombrando num labirinto existencial sem nunca encontrarem a fonte… a verdadeira Fonte do Seu Coração sempre aberto. Viver esse coeur a coeur é para cada um, uma necessidade vital e que o exercício regular da Lectio Divina exercita para a escuta permanente e a cada instante desse murmúrio interior como uma fonte que sussura no mais íntimo de nós: “Vem para O Pai”! (cf. Jo 16, 28 e Jo 17,11). Papa Francisco nos ensina que “ouvir, saborear e honrar ao Senhor pertence ao coração. Só o coração é capaz de colocar as outras faculdades e paixões e toda a nossa pessoa numa atitude de reverência e obediência amorosa ao Senhor” 1. E esta atitude amorosa nos liberta de toda a tentação de controlar, organizar e engaiolar a vida espiritual pois nunca devemos “esquecer a ternura da fé, a alegria do serviço, o fervor da missão pessoaa- pessoa, a cativante beleza de Cristo, a gratidão emocionante da amizade que Ele oferece e do sentido último que Ele dá à vida.” 2 Quem vive essa relação de intimidade de Coração a Coração, aberto e obediente aos mínimos influxos da graça, resplandece nesse face a face com
“São Pedro, o Apóstolo da Esperança!” | Palavra do Fundador – Fevereiro de 2025

São Pedro, o Apóstolo da Esperança Que relação a nossa fé tem com o apóstolo São Pedro, em particular, e também com o Papa Francisco, seu sucessor, hoje? Entre a Doutrina da fé católica, a história da Igreja e a vida espiritual, este mês de fevereiro, com a Festa da Cátedra de São Pedro, no dia 22, dá-nos a oportunidade de tentarmos entender como o Apóstolo São Pedro pode ser, para cada um de nós: um guia e um farol para a nossa fé na Igreja de Cristo, uma motivação em nosso amor pela Igreja e um Apóstolo da Esperança. O Apóstolo São Pedro escreveu duas Cartas que foram incluídas no cânone bíblico do Novo Testamento. A redação final dessas cartas provavelmente ocorreu entre os anos 80 a 90 1. Ele faz eco dos escritos de São Paulo, colocando a esperança, como ele, em um contexto de perseguição e dificuldade para as comunidades cristãs da Ásia Menor. Em sua primeira Carta, que compreende apenas cinco capítulos curtos, o Apóstolo apresenta a virtude da esperança em quatro citações (1Pd 1, 3-5; 1Pd 1, 13; 1Pd 1, 21; 1Pd 3, 13-15): “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, em Sua grande misericórdia, nos gerou de novo, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível, imaculada e imarcescível, reservada nos céus para vós, os que, mediante a fé, fostes guardados pelo poder de Deus para a salvação prestes a revelar-se no tempo do fim.” (1Pd 1, 3-5) O Apóstolo apresenta primeiro a fonte da nova vida, “gerada de novo na ressurreição de Cristo” e, imediatamente depois, evoca a sua visão escatológica: na “esperança viva” da “herança incorruptível”, “que se revelará no tempo do fim”. Assim, a sua carta começa com a fonte onde a esperança ganha vida e continua com a visão para além da vida terrena do Reino dos Céus. Um primeiro teste para a nossa fé: a fé que espera “Com prontidão de espírito, sede sóbrios e ponde toda a vossa esperança na graça que vos será trazida por ocasião da Revelação de Jesus Cristo.” (1Pd 1, 13) Em seguida, o Apóstolo convida os cristãos a viverem a realidade de sua vida atual orientada para a escatologia e a Parusia do Senhor. Aqui aparece um primeiro teste da nossa fé: “Você realmente vive a sua vida cotidiana voltado(a) para o Oriente (‘orientado’)mnessa direção da Vinda de Cristo no Último Dia? A suamfé é acompanhada ou não por essa Esperança?” “Portai-vos com temor durante o tempo do vosso exílio. Pois sabeis que não foi com coisas perecíveis, isto é, com prata ou com ouro, que fostes resgatados da vida fútil que herdastes dos vossos pais, mas pelo sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem defeitos e sem mácula.” (1Pd 1, 17-19) Ao escrever “portai-vos com temor”, São Pedro não está, de forma alguma, dizendo aos cristãos a quem ele escreve, para “afundarem no medo”, – especialmente em tempos de perseguição! – como São Paulo também escreveu aos Romanos (cf. Rm 8, 15). Mas ele quer enfatizar o “antes” e o “depois” de uma nova vida, nascida de novo “em Cristo”. Como antigos escravos, agora “libertados” pelo “Cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo” (1 Pd 1, 19). Como seres livres que agora direcionam suas vidas cotidianas para o seu Amado Mestre. A fé no Reino dos Céus, o nosso olhar cheio de esperança para o Céu, em outras palavras, a nossa “fé escatológica”, não nos desmobiliza, nem nos faz fugir, nem nos afasta dos compromissos deste mundo. Como o cardeal teólogo Henri de Lubac disse tão bem em sua época: “A crença na eternidade não nos tira do presente e nos perde em sonhos, como às vezes nos dizem, muito pelo contrário. Em vez disso, foi por falhar na eternidade que os cristãos falharam em seu tempo.” 2 A vossa fé é, ao mesmo tempo, a vossa esperança em Deus “Por Ele, vós crestes em Deus, que o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, de modo que a vossa fé e a vossa esperança estivessem postas em Deus.” (1Pd 1, 21) A esperança não pode ser separada da fé e, com as duas virtudes teologais, são obrigadas a avançar juntas. Como o escritor católico Charles Péguy (1873 – 1914) descreveu, com originalidade e uma fé viva, à maneira de Deus: “A crença de que eu gosto mais, diz Deus, é a esperança. A fé, isso não me espanta. Isso não é espantoso. Eu resplandeço de tal maneira na minha criação. No sol e na lua e nas estrelas. E no homem. Minha criatura. (…) A caridade, diz Deus, isso não me espanta. Isso não é espantoso. Essas pobres criaturas são tão infelizes que a não ser que tivessem um coração de pedra, como não haveriam de ter caridade umas para com as outras. Como não haveriam de ter caridade para com seus irmãos. (…) Mas a esperança, diz Deus, eis o que me espanta. A mim mesmo. Isso é espantoso. Que essas pobres crianças vejam como tudo acontece e acreditem que amanhã vai ser melhor. Que vejam como acontece hoje e acreditem que vai ser melhor amanhã cedo. Isso é espantoso e é mesmo a maior maravilha da nossa graça. E eu mesmo me espanto com isso. E é preciso que de fato minha graça seja de uma força incrível, e que ela escorra de uma fonte e como um rio inesgotável. Desde aquela primeira vez que ela escorreu e escorre sempre desde então.” 3 O segundo teste: qual é a razão da esperança que está em você? “E quem vos há de fazer mal, se sois zelosos do bem? Mas se sofreis por causa da justiça, bemaventurados sois! Não tenhais medo nenhum deles, nem fiqueis conturbados; antes, santificai a Cristo, o Senhor, em vossos corações, estando sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pede;
Abertura do Ano Jubilar no Santuário Madonna del Rifugio na Itália.

Abertura do Ano Jubilar no Santuário Madonna del Rifugio na Itália. No dia 15 /01 Aconteceu a abertura do Ano Jubilar no Santuário da Província polaca dos Franciscanos Menores, Madonna del Refugio em Sinalunga/ IT. A Celebração foi presidida pelo card. Dom Augusto Paolo, arcebispo de siena-colle di val d’elsa-montalcino e bispo de montepulciano-chiusi-pienza. Estiveram presentes mais de 50 sacerdotes das duas dioceses reunidos de 12 a 16 para o retiro anual do Clero na casa de Retiros da Comunidade Sementes do Verbo, localizada ao lado do Santuário. Esteve presente o Províncial geral da Ordem, Padre Leonard Bielecki, Padre Massimino (responsável do Santuário), o prefeito de Sinalunga, Edo Zacchei e a vereadora Rossella Cottone. O Cardeal em sua homilia comentou o evangelho da cura da sogra de Pedro, enfatizou a importância da partilha e da proximidade com aqueles que enfrentam dificuldades, reafirmando que a Igreja deve atuar como um ‘hospital de campanha‘ para todos os que buscam alívio em tempos de sofrimento. Disse que a casa de são Pedro se transformou em uma ´Igreja doméstica´, na qual a porta se transforma em porta santa, em que Jesus cura aqueles que se deixam tocar por Ele. Na diocese de Montepulciano existem seis Igrejas de peregrinação Jubilar e todas as Igrejas da diocese receberão durante uma semana um ícone da Madonna del Rifugio e uma vela para que neste ano santo todos os fieis participem ativamente por meio de momentos de oração e contemplação em suas Igrejas.
Do otimismo das esperanças humanas aos fundamentos bíblicos da “Grande Esperança”, face aos desafios atuais Palavra do Fundador – Janeiro 2025

Do otimismo das esperanças humanas aos fundamentos bíblicos da “Grande Esperança”, face aos desafios atuais O tema da esperança não é desconhecido na mitologia grega. O filósofo e poeta Hesíodo (século VIII ou VII a.C.) conta a história de Prometeu, bem como o famoso mito da “Caixa de Pandora”. Nessa história mítica, Zeus aceita o casamento de sua filha Pandora com Epimeteu, com a condição de que ela mantenha a “caixa” fechada, que ele confia a ela como presente de casamento. Esse pacto – ou contrato- tinha a intenção de selar e proteger a aliança do casal. Mas, tentada pela curiosidade, Pandora abriu a caixa, liberando assim na Terra todos os males, ou seja, todos os infortúnios, contidos nela. Ela só teve tempo de reter a “esperança”. Assim, o acordo foi quebrado e desfeito, tanto entre a filha e seu pai quanto entre ela e seu amado. De fato, essa “caixa de Pandora” continha todos os males da humanidade listados na época: Velhice, Doença, Guerra, Fome, Miséria, Loucura, Vício, Engano, Paixão, Orgulho… e também Esperança! Mas por que o autor quis que a esperança estivesse presente entre todos os males? A palavra grega: “ἐλπίς” = “elpís”, define a “expectativa de algo”, comumente traduzida como “esperança”. A esperança está presente em todos os povos, em todas as culturas e em todas as épocas. No entanto, tem um sentido e um significado que são levados mais ou menos a sério. Como, por exemplo, o significado que lhe deu o filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900), que a chamou de “a virtude dos fracos”. Para o escritor e poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), ela é vista como uma sugestão encantadora, ingênua e leve, comparável aos sonhos das crianças: “E só se, meio dormindo, sem saber de ouvir ouvimos, que ela nos diz a esperança a que, como uma criança dormente, a dormir sorrimos” 1. Mas, muito diferente da esperança humana e também do otimismo, a esperança, quando liberada de sua “Caixa de Pandora” em cada um de nós, permite que descubramos aberturas e resultados extraordinários e imprevistos, de uma maneira que nunca poderíamos ter imaginado. Todo ser humano carrega – em maior ou menor grau – esse desejo de um dia melhor, a preocupação de finalmente ir além de nossos limites estreitos. Faz parte de estar vivo ter esperança de que amanhã “ vai ser melhor”, e aquele que não tiver mais nenhuma esperança ou expectativa não terá já feito a – infeliz – escolha do oposto da vida? O poeta florentino Dante Alighieri (1265-1321), no início do terceiro canto da Divina Comédia, coloca essa fórmula (bem conhecida) na porta do inferno, que fala e diz: “Deixai toda esperança, vós que entrais” 2. O significado bíblico da esperança O significado bíblico da esperança – ligado à fé – é um tema central muito rico, pois oferece uma base ampla e profunda para todas as expectativas e aspirações da humanidade em todos os tempos. Como diz o teólogo e pastor luterano Jürgen Moltmann: “A Bíblia conta, no passado, a história das antecipações realizadas por Deus sobre o futuro e torna presente o que, nesse passado, permanece em aberto, inacabado e em espera… Chegará o dia em que a teologia bíblica do ‘está escrito’ terá se tornado uma ontologia do ‘já aconteceu’.” 3 Essa esperança bíblica, continua J. Moltmann, “diz respeito aos sem esperança, não aos otimistas” 4, e é dirigida principalmente aos pobres e àqueles que são vítimas de injustiça. A Palavra de Deus, por meio da Sagrada Escritura, ao relembrar a história do povo – ecoando nossa própria história – desperta a esperança na ação e na vinda de Deus. Essa ligação entre o passado, o presente e o futuro faz surgir em nossos corações a esperança de uma nova liberdade interior. É por isso que podemos dizer – seguindo São João da Cruz que o Espírito Santo deposita em nossa faculdade de memória o Dom da Esperança. São João da Cruz considerava que a memória, como uma faculdade do espírito, distinta da inteligência e da vontade, está unida a Deus pela virtude teologal da esperança. Para o mestre da Escola do Carmelo, as três faculdades: inteligência, vontade e memória, correspondem às três virtudes teologais: Fé, Caridade e Esperança. O Deus da Esperança, que se revela aos judeus e cristãos, não é comparável aos deuses dos pagãos, que esperam que eles satisfaçam seus desejos e os realizem imediatamente. O Deus que libertou Israel certamente se encarrega da angústia humana (cf. Ex 3, 7-9), mas, tendo nos criado livres, Ele também conta com a nossa escolha, nossa liberdade e nossa vontade. É por isso que Ele não pode agir à maneira da sabedoria humana, mas conjugando, em todos os momentos, Sua santa vontade com a nossa liberdade e escolhas pessoais. No campo da fé e da teologia, temos que falar sobre o “Deus que vem”, a palavra “adventus” designa “aquilo que vem”. A palavra que significa “futuro” “futurum”, por outro lado, refere-se ao que virá. Essa é a diferença entre a escatologia e a filosofia do futuro. Uma das passagens bíblicas que é o grande ponto de referência para todo o Ano Santo e que liga a Primeira e a Nova Aliança é a citação de Isaías 61, 1-2, usada pelo próprio Jesus no início do Seu ministério público na Sinagoga de Nazaré: “Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; abrindo-o, encontrou o lugar onde está escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor.” (Lc 4, 17-19) Alguns fundamentos bíblicos sobre a esperança no Novo Testamento São Paulo explica à comunidade cristã de Tessalônica como o dom da esperança nos permite passar pela provação da morte de uma forma diferente do que os pagãos: “Irmãos, não queremos que ignoreis o que se refere aos mortos, para não ficardes
Peregrinos da Esperança

Peregrinos da Esperança A natureza excepcional dos acontecimentos dos últimos anos afetou profundamente os homens e as mulheres do nosso tempo. Depois de décadas de sucessivas crises sociais, políticas e econômicas, a pandemia causou alguns transtornos imprevistos e ajudou a mudar diversos paradigmas. Mas também deixou para trás muitas famílias em luto e em sofrimento e provocou novas angústias. As duas guerras que se seguiram, na Ucrânia e na Palestina, deixaram um rastro de lágrimas sobre os escombros em ruínas, violência e, acima de tudo, milhares de mortos e feridos. Como bem escreveu André Riccardi: “A guerra é a mãe de todas as pobrezas” 1. Também é verdade que essas situações dramáticas nos deram a oportunidade de testemunhar muitos atos heroicos de dedicação e sacrifício. Entre eles estavam as pessoas dos serviços de resgate e da saúde, os voluntários das ONGs e outros, que trabalharam até a exaustão para ajudar as vítimas dessas diferentes situações. No atual contexto de “perigoso conflito global em pedaços”, o Papa Francisco está constantemente encorajando os chefes de Estado e de governo a “construir em conjunto a civilização do encontro”. O tema do Sínodo sobre a sinodalidade contribuiu para isso, pedindo uma colaboração plural e unificada, em contraste com “as tentações da autorreferencialidade individualista e a afirmação ideológica do próprio ponto de vista, que alimentam a incivilidade do confronto” 2. Chamados a olhar para além de nós mesmos Essas observações a nível mundial e eclesial nos remetem para nós mesmos. Mas elas também não nos dão um gostinho de impotência, frustração e inadequação a nível pessoal e até comunitário? E, ao mesmo tempo, não existe no coração de todo ser humano um profundo anseio, uma sede vital e silenciosa por “algo mais”, por “outra coisa”? Em poucas palavras, não fomos todos criados com essa sede natural indescritível que nos permite ter Esperança? Entretanto, se cada um de nós é formado por essa aspiração à esperança, a esperança é uma realidade que vai muito além de nosso coração humano. A esperança é um dom, uma virtude teológica! As virtudes teológicas são a Fé, a Esperança e a Caridade. Elas são infundidas por Deus nas almas dos fiéis no Sacramento do Batismo, para torná-los capazes de agir como seus filhos e entrar na vida eterna. Elas estão unidas, como uma aliança, às faculdades do ser humano e são o sinal, nele, da presença do Espírito Santo. A graça da Esperança supera, transcende e arrasta, como uma torrente, todas as pequenas esperanças humanas, as previsões naturais, todo o otimismo imaginário, o “tudo vai dar certo”, todo o positivismo e todo o rearmamento moral sensível e humano. Sem a verdadeira virtude da Esperança, a vida ainda não é realmente vida. Os últimos pastores da Igreja sempre nos convidaram a acolher a Esperança Os dois últimos papas anunciaram com veemência à Igreja e ao mundo contemporâneo a grande importância de acolher o dom da Esperança: Papa Bento XVI: “A redenção é oferecida a nós non sentido que nos foi dada a esperança, uma esperança fidedigna, graças à qual podemos enfrentar o nosso tempo presente: o presente, ainda que custoso, pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho” 3. Papa Francisco: “A oração é a primeira força da esperança. Reza-se e a esperança cresce, aumenta. Diria que a oração abre a porta à esperança. Há esperança, mas com a minha prece abro a porta” 4. As reflexões mensais deste Compêndio 2025 são dedicadas ao tema da Esperança, que é o tema deste Ano Jubilar. Com a ajuda de nossos pastores, teremos a oportunidade de meditar sobre as palavras que são consideradas estrelas brilhantes na noite deste mundo. Não vamos nos esquecer dos principais motivos deste Ano Jubilar de 2025, que será celebrado na Igreja do mundo todo: – O 2025º aniversário do Jubileu da Encarnação do Verbo de Deus: Jesus Cristo Nosso Senhor, – O 1700º aniversário do Concílio de Niceia (325- 2025), que nos deu o grande Credo de nossa fé cristã, – O 800º aniversário do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis (1225-2025), um ano antes de sua morte. Esse ano jubilar – como ocorre em todos eles – é um momento excepcional de conversão, penitência e perdão para todos os peregrinos. Em 2024, as estatísticas elaboradas a pedido do Vaticano previram que haveria cerca de trinta milhões de peregrinos em Roma no Ano Jubilar de 2025. O primeiro grande evento jubilar ocorreu na véspera de Natal, 24 de dezembro de 2024: o Papa abriu a Porta Santa da Basílica de São Pedro. No domingo, 29 de dezembro de 2024, o Papa Francisco estabeleceu a abertura da Porta Santa da Catedral de São João de Latrão, bem como a abertura das Portas Santas nas catedrais e dioceses de todo o mundo. A mesma abertura também ocorreu no dia 1º de janeiro de 2025 na Porta Santa da Basílica Papal de Santa Maria Maior e no dia 5 de janeiro de 2025 na Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros. E o Ano Santo se encerrará no dia 28 de dezembro de 2025 em todas as mesmas catedrais e dioceses. A Porta Santa na Basílica Papal de São Pedro, em Roma, será fechada no dia 6 de janeiro de 2026, a Festa da Epifania do Senhor. Essa experiência de “passar pela Porta Santa” dá a cada peregrino a possibilidade de um ato de fé (para si mesmo, mas também para os outros, como um ato de intercessão), vivendo-a como uma passagem em direção a Jesus, que disse ser Ele mesmo “A Porta”: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem” (Jo 10, 9). Esse Ano Santo de 2025 abrirá o caminho para outro Ano Santo: o dos dois mil anos da Redenção do Senhor, que será celebrado em 2033. A oração é a primeira força de
Preparação para o Ano Santo com o Apóstolo Pedro | Palavra do Fundador – Dezembro 2024

Preparação para o Ano Santo com o Apóstolo Pedro “As chaves do reino dos céus e o céu, o prêmio da nossa esperança.” O Papa Francisco colocou o Ano Santo de 2025 sob o tema “Peregrinos da Esperança”. “Para que o Ano Santo seja preparado e celebrado com fé intensa, esperança viva e caridade ativa” 1. O Ano Jubilar, celebrado na Igreja a cada cinquentenário e depois a cada vinte e cinco anos, permite que o povo santo de Deus vivencie essa celebração como um dom especial de graça, caracterizado pelo perdão dos pecados e, em particular, pela indulgência que é a expressão plena da misericórdia de Deus. No final de uma peregrinação (à Terra Santa e a Roma), os fiéis podem ter acesso ao tesouro espiritual da Igreja atravessando a Porta Santa e venerando as relíquias dos Apóstolos Pedro e Paulo preservadas nas Basílicas Romanas. Ao longo dos séculos, milhões de peregrinos visitaram esses lugares sagrados, dando testemunho vivo de sua fé. O Grande Jubileu do ano 2000 introduziu a Igreja no terceiro milênio. São João Paulo II havia preparado e desejado há muito tempo essa celebração dos dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade. Estamos agora aproximando-nos dos primeiros vinte e cinco anos do século XXI. Uma etapa especial, após o Jubileu Extraordinário da Misericórdia 2, que nos permitiu redescobrir toda a força e a ternura do Amor misericordioso do Pai, para que possamos, por nossa vez, ser testemunhas Dele. “O próximo Jubileu poderá favorecer imenso a recomposição dum clima de esperança e confiança, como sinal dum renovado renascimento do qual todos sentimos a urgência. Por isso escolhi o lema Peregrinos de esperança.” 3 O chamado de Pedro e dos apóstolos O ministério de todos os apóstolos era substancialmente o mesmo: todos eles tinham que dar testemunho da ressurreição de Jesus, receber e transmitir a revelação da verdade cristã, elaborar diretrizes pastorais e canônicas, em suma, administrar a Igreja de Cristo. Pedro, por outro lado, recebeu um privilégio único que, em termos de poder jurisdicional, o colocou imediatamente na posição especial de “servo” de todos os apóstolos. Se a tradição católica faz dele o “Príncipe dos Apóstolos”, o primeiro bispo de Roma e da Igreja Universal, Pedro também é chamado de “o servo dos servos”, em relação às palavras de Cristo aos doze apóstolos: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e o servo de todos.” (Mc 9, 35) Pedro era originalmente chamado de Simão, mas quando Jesus o chamou pela primeira vez à margem do lago, deu-lhe o nome de Simão Kephas ou Kêfâ em aramaico. Seu apelido aramaico helenizado, Kephas, é traduzido para o francês como Cephas ou Képhas, que significa “rocha”. Jesus brinca com as palavras quando diz a Pedro: “Pedro (Kephas), você é uma rocha (em grego, petros), e sobre essa rocha (em grego, petra) edificarei a minha igreja (ekklésia)”. O chamado de Pedro nos três textos do Evangelho No texto (mais longo) de São Mateus (Mt 16, 13-20), Jesus responde à confissão de fé de Simão Pedro: “Jesus respondeu-lhe: ‘Bem aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim o meu Pai que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus’.” (Mt 16, 13-20) Pedro é o fundamento sobre o qual Cristo construirá sua Igreja como um edifício. As portas do Hades, ou seja, os poderes da morte ou, certamente, as potências do mal, não prevalecerão contra ela. Pedro receberá o poder das chaves para abrir e fechar o Reino dos Céus e é por isso que Pedro é representado carregando as chaves em sua mão. De acordo com São Lucas (Lc 22, 31-32), os apóstolos serão provados, mas o Senhor orou por Pedro, e é a ele que caberá a missão de confirmar seus irmãos: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; eu, porém, orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos.” Pedro recebeu a tarefa particular de fortalecer os apóstolos É exatamente aquele que teve a experiência única da Divina Misericórdia que deve fortalecer seus colegas pastores na Fé e na Esperança. O terceiro texto, em São João, está incluído nos relatos das aparições de Jesus Ressuscitado às margens do Lago Tiberíades: “Depois de comerem, Jesus disse a Simão Pedro: ‘Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes’? Ele lhe respondeu: ‘Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo’. Jesus lhe disse: ‘Apascenta os meus cordeiros’. Uma segunda vez lhe disse: ‘Simão, filho de João, tu me amas?’ — ‘Sim, Senhor’, disse ele, ‘Tu sabes que Te amo’. Disse-lhe Jesus: ‘Apascenta as minhas ovelhas’. Pela terceira vez disse-lhe: ‘Simão, filho de João, tu me amas?’ Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara ‘Tu me amas?’ E lhe disse: ‘Senhor, Tu sabes tudo; tu sabes que eu Te amo’. Jesus lhe disse: ‘Apascenta as minhas ovelhas’.”(Jo 21, 15-17) O que a Igreja tem lido nesses textos há dois mil anos é que Jesus deu a Pedro, a soberania da jurisdição espiritual e que passaria depois dele a todos os seus sucessores, ou seja, aos vários papas romanos. E isso não se deve a nenhuma superioridade segundo o espírito do mundo, mas ao princípio da caridade e do serviço de acordo com o Evangelho. O Evangelho confere um novo privilégio jurisdicional a Pedro. Ele funda a Igreja não apenas de modo episódico, à maneira dos outros apóstolos (o privilégio apostólico), mas também permanentemente. Esse fato atribuiria a Pedro um lugar especial entre os apóstolos (o que o Cardeal Journet chama de “privilégio transapostólico”). Todos os apóstolos trabalharam para fundar episodicamente a Igreja, segundo o primeiro modo,
Matrimônio de membro de vida da Comunidade

Matrimônio de membro de vida da Comunidade No dia 15 de dezembro, durante o 22º retiro anual da Vida Comunitária aconteceu o casamento de dois jovens casais, membros da Comunidade, Caetano e Vanessa, e Guilherme e Ingridy. A cerimônia foi assistida pelo bispo garante da Comunidade, Dom Alberto Taveira, que, com a presença dos fundadores, diácono Georges e Marie-Josette, da moderadora geral, Ir. Maria Sarah, e a formadora geral irmã Cecilia. Essa celebração não foi apenas um rito matrimonial, mas um testemunho da entrega à missão, durante a celebração todos puderam testemunhar a beleza de casais jovens que se entregam para uma vida missionária, os dois nas missões da Comunidade em Portugal. Caetano e Vanessa compartilharam com gratidão: “Temos um coração de profunda gratidão pela providência de Deus que nos guiou durante todos esses anos. Ter a presença de Dom Alberto em nosso meio nos mostra que o nosso ‘sim’ não é para ficar fechado em nós, mas é para a vida do mundo.” Da mesma forma, Guilherme e Ingridy destacaram: “O nosso chamado nasce aqui. O Senhor nos chama a um ministério em saída, e nós, agora como igreja doméstica, somos chamados a sair. Bendito e louvado seja Deus porque Ele fez grandes coisas.” Guilherme e Ingridy Caetano e Vanessa Matrimônio de membro de vida da Comunidade
Ordenação Sacerdotal de Diácono Marcos, João Gabriel e João Batista

Ordenação de Novos Sacerdotes No 22º retiro anual da Vida Comunitária, a Comunidade celebrou as ordenações sacerdotais dos diáconos Marcos, João Batista e João Gabriel. A Cerimônia solene foi presidido pelo bispo garante da Comunidade Sementes do Verbo, Dom Alberto Taveira, na presença dos fundadores, diácono Georges e Marie-Josette, juntamente com a moderadora geral, Irmã Maria Sarah e a formadora geral Irmã Cecília, Cônego Roberto Emilio, Reitor do Seminário São Pio X, Cônego Vladian Alves Membro do Conselho Presbiteral, treze sacerdotes da arquidiocese de belém do Pará e quatro diáconos, além de membros da aliança e amigos. O rito de ordenação sacerdotal é muito rico e cheio de significados, é dividido em seis partes: eleição dos candidatos, homilia, propósito dos eleitos, ladainha de todos os santos, imposição das mãos e prece de ordenação, unção das mãos e entrega da patena e do cálice, além do momento marcante da estola e casula sacerdotal. Em sua homilia, Dom Alberto enfatizou que a vocação do padre é a de estar com Jesus e ficar perto dele. “Fiquem perto do Senhor, Nele está a nossa força. Não está na sua capacidade pessoal, mas na força do Senhor. O Senhor os chama para que vocês se doem. Vocês poderão ser bons padres se se esvaziarem completamente. O padre deve desaparecer para que Jesus resplandeça. Essa é a vocação do sacerdote.” TESTEMUNHO VOCACIONAL: Padre Marcos (Ademílton de Lima Liberalino), nascido em 1977, em Salvador – Bahia, filho de Josué Queiroz Liberalino e Maria Neide Reis Lima, completou seus estudos no seminário São Pio X da Arquidiocese de Belém do Pará em 2023. “Recebi o chamado de Deus em um retiro da Semana Santa na Comunidade, Deus falou em meu coração e confirmou o seu chamado em minha vida no ano sabático durante as formações e missões. Eu me sinto realizado com esse chamado que Deus me fez, sou muito feliz, quero, de verdade, mostrar ao mundo essa alegria de ser padre, ser padre é muito bom! Lema sacerdotal: “Mas o que perseverar até o fim será salvo” (Mc 13,13). Padre João Gabriel (Gabriel do Prado Martinazzo), nascido em 1996, na cidade de Porto Nacional, em Tocantins, filho de Gilmar Martinazzo e Jane Teixeira do Prado Martinazzo, completou seus estudos no seminário São Pio X da Arquidiocese de Belém do Pará em 2023. “Em 2013, participei da JMJ no Rio de Janeiro, no momento da adoração vivi um momento de abertura nova. Dois meses depois, meu pároco da minha cidade de origem me convidou para um retiro vocacional. Ao participar deste encontro, uma pergunta brota em meu coração: ‘Por que não ser padre?’ Tendo-me colocado em oração durante o período do ano sabático, todos os dias na adoração Eucarística, eu me perguntava: ‘Senhor, eu devo realmente ser padre, é essa a minha vocação?’ Um acontecimento fundador foi quando eu ajudei um sacerdote na celebração de uma missa, ia ser celebrado o sacramento do matrimônio e quando o padre fazia a homilia eu contemplava o sacerdote e naquele momento, contemplando a beleza do matrimônio e, ao mesmo tempo, reconhecendo, depois de um caminho de vários sinais, aquele momento eu era livre de abraçar a direção para qual Deus me apontava então eu pude dizer: eu abraço o sacerdócio. Eu nasci para ser sacerdote, e quanto mais eu vou respondendo a esse chamado, e me deixo conduzir por Deus, tanto mais eu me realizo e sou feliz.” Lema sacerdotal: “Sê uma benção” (Gn. 12, 2). Padre João Batista (Gabriel Silva Sampaio), nascido em 1994, em Belém do Pará, filho de João Bosco Maia Sampaio e Socorro de Fátima da Silva Viégas completou seus estudos no seminário São Pio X da Arquidiocese de Belém do Pará em 2023. ” O chamado ao sacerdócio veio no dia 24 de junho de 2016, estava servindo numa feira diocesana num encontro vocacional e um grupo de seminaristas me abordou neste evento e me perguntou “você já pensou em ser padre?” eu fui percebendo que eu estava a minha vida inteira só esperando aquela provocação. A confirmação do meu chamado veio a partir da oração em primeiro lugar e do acompanhamento espiritual que me ajudou a traduzir toda essa sede que eu carregava no meu coração, todas as inquietações que eu tinha. Hoje sou feliz de estar na vontade de Deus, de poder corresponder a esse chamado, eu quero ser um sacerdote santo para a vida do mundo. Eu nasci para ser sacerdote!” Lema sacerdotal: “Verdadeiramente, o Senhor ressuscitou” (Lc 24, 34).
Tomada de Hábito e Profissão de Votos na Vida Consagrada

Novas Tomadas de Hábito e Profissão de Votos na Vida Consagrada. No dia (13), cerimônia que faz parte das celebrações do Retiro Comunitário anual, a Comunidade se reuniu para a tomada de hábito e profissão de votos. A celebração aconteceu na Igreja do Carmo, em Belém do Pará, durante a festa de Santa Luzia, virgem e mártir. Presidido pelo Padre João, consagrado da Comunidade, o momento contou com a presença dos fundadores, diácono Georges e Marie-Josette, a moderadora geral, Irmã Maria Sarah, e a formadora geral, irmã Cecília. Votos na Vida Consagrada. Durante a celebração, sete novos consagrados professaram seus primeiros votos de pobreza, castidade e obediência. Além disso, três irmãos e irmãs fizeram a profissão de votos perpétuos. Aqueles que realizam a tomada de hábito recebem um novo nome que configura sua nova doação de vida. Os novos consagrados: Ir. Giovanna, Ir. Bakhita, Ir. Maria Pietá, Ir. Maria Guadalupe, Ir. Francisca Maria, Ir. Maria Bianca e Ir. Miguel. Nos votos perpétuos, o consagrado solidifica o seu “sim” para sempre, fazendo assim a profissão definitiva na Vida Consagrada. “Com a ajuda dos dons do Espírito Santo, e a colaboração de cada um, com a graça de Deus, as virtudes vão poder contribuir para a edificação da alma consagrada” (Regra de Vida SdV n.º 219). “Os nossos irmãos, como consagrados, são homens e mulheres limitados, fracos e pecadores, mas que em Deus querem agir com uma graça que vem do céu, e reconhecer que não sou mais eu quem vive, mas é Cristo quem vive em mim.” ressaltou o padre João em sua homilia.