Por que razão escolhemos meditar o Pai Nosso neste mês de abril, quando a Liturgia da Igreja está centrada nas graças da oitava de Páscoa? A resposta é simples: a oração que Jesus nos ensinou é inteiramente “pascal” e as sete palavras de Cristo na cruz, que escutamos na Sexta-feira Santa, não o contradizem, pois começam e terminam com uma oração de Jesus ao seu Pai: “Pai” (cf. Lc 23, 33.45).
A oração de Jesus é intensa, única, e tornou-se o modelo da nossa oração. Agora sabemos que, mesmo no sofrimento mais doloroso, nunca estamos sós. O peregrino que se desloca às margens do lago de Tiberíades, descobre a colina chamada “o Monte das Bem-Aventuranças” (cinquenta metros acima do nível do lago). Foi neste lugar que Jesus, no Evangelho de Mateus, proferiu solenemente o seu Sermão da Montanha incluindo as oito bem-aventuranças (cf. Mt 5, 3-12) . O Evangelista coloca a oração do Pai Nosso no meio deste Sermão da Montanha (cf. Mt 6, 5-15). Quanto a Lucas (cf. Lc 6,20-26), o seu discurso (proferido na planície) inclui apenas quatro bem-aventuranças e, para ele, o Pai Nosso de Jesus surge num outro contexto:
“Estando num certo lugar, orando (…) um de seus discípulos pediu-lhe: ‘Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou a seus discípulos’.” (Lc 11,1)
Lucas apresenta também um texto mais curto do Pai Nosso, com as cinco petições (cf. Lc 11,2-4). Mas é o texto de Mateus (com as sete petições) que a tradição litúrgica da Igreja conservou desde o século II. Enquanto o evangelista Lucas faz Jesus “descer” para proferir o seu discurso na planície (cf. Lc 6,17), o relato do evangelista Mateus (cf. Mt 5,1) faz Jesus “subir” como novo Moisés, não na montanha do Sinai, mas numa humilde colina perto de Cafarnaum. As oito bem-aventuranças são proclamadas como uma subida em direção ao céu, para mostrar as alturas do Reino dos Céus, em direção à Bem- Aventurança futura, escatológica e eterna. Qual é a relação entre as oito Bem-Aventuranças e as sete petições do Pai Nosso? “O Reino dos Céus”. O Reino dos Céus é o objetivo e o fim de toda a pregação evangélica. Foi com este tema que João Batista começou a pregar a Penitência.
“Fazei penitência, porque o Reino dos Céus está próximo.”(Mt 3, 2)
Das sete petições do Pai Nosso, três dizem respeito à vida eterna e quatro ao presente. Para o Papa Francisco, o diálogo de Jesus com oseu Pai “era o núcleo incandescente de toda a Sua existência” 1.
“Não há necessidade de desperdiçar muitas palavras para rezar: o Senhor sabe o que lhe queremos dizer. O importante é que a primeira palavra da nossa prece seja ‘Pai’.” 2 O Pai Nosso é a oração filial por excelência, pois, como pergunta Santo Agostinho: “Como poderia dizer ‘pai nosso’ aquele que ainda não nasceu?” 3
E continua: “(..) dizem a Deus: ‘Pai Nosso’ e não o poderão dizer com verdade nem sincera piedade se não se tratarem mutuamente como irmãos.” 4 Assim, uma vez que Deus é reconhecido como “nosso pai”, Ele é o criador, redentor, protetor e companheiro do crescimento de cada um dos seus filhos. “Pai nosso que estás nos céus”, do aramaico falado por Jesus e depois traduzido para grego, significa antes de mais “Pai nosso, aquele que está nos céus”, em contraposição aos nossos pais na terra (cf. Mt 7,11; cf. Jo 1,13) ou ainda “nosso pai Abraão”.
“É preciso rezar ao Pai ‘nosso’, isto é, não ao Pai de um genérico e demasiado anônimo ‘todos’, mas àquele ‘que nos gerou, nos deu a vida, a ti, a mim’, como pessoa única (…) É o Pai ‘que nos acompanha no nosso caminho’, que ‘conhece toda a nossa vida, toda’. (…) Além disso, se não posso ser irmão, dificilmente poderei ser filho deste Pai, porque este Pai é certamente meu, mas é também o Pai dos outros, dos meus irmãos. Daí resulta que ‘se não estou em paz com os meus irmãos, não posso chamar-lhe Pai’ (…) Não podes rezar se guardas rancor no teu coração pelos teus inimigos.” 5
Todos e cada um de nós somos já acolhidos no diálogo de Jesus com o Pai e na comunhão do Espírito Santo. Em Cristo Jesus, Filho único do Pai, na hora da Sua paixão, morte e ressurreição, tudo foi oferecido por nós, seus filhos. E a oração do Filho, o Pai Nosso, contém todas as nossas orações!
Tal como a Basílica de São Pedro em Roma contém todas as catedrais do mundo, assim a oração do Filho, o “Pater”, o Pai Nosso, é a oração das orações, a oração que contém todas as orações. Foi esta a descoberta de Simone Weil, uma jovem filósofa judia (1909-1943), convertida ao catolicismo, que concluiu a sua exegese do Pai Nosso com estas palavras: “[O Pater] está para a oração como Cristo está para a humanidade” 6. Deixemo-nos inspirar pelas meditações desta jovem intelectual que viveu uma profunda conversão a Cristo. Para Simone Weil, o Pater, o Pai Nosso, foi a sua primeira oração e o seu primeiro encontro cotidiano com Cristo: “Impus-me como única prática recitá-lo uma vez, cada manhã, com uma atenção absoluta. Se durante a recitação a minha atenção se desvia ou deixa adormecer, mesmo que de modo infinitesimal, recomeço até que tenha obtido, por uma vez, uma atenção absolutamente pura.” 7
Em 1940, no início da guerra de 39-45, Simone fugiu com a sua família para Marselha, França, para escapar do nazismo. Lá, encontrou providencialmente o Padre Joseph-Marie Perrin, um dominicano erudito, que a acompanhou e lhe ensinou os dogmas da Igreja, abrindo caminho para a sua conversão ao Catolicismo. Em 1941, retirou-se para uma chácara onde levou uma vida ascética. Foi aí que descobriu a oração do Pai Nosso e escreveu um comentário espiritual sobre esta oração. Esta jovem judia que rezou o Pai Nosso é a mesma que, sedenta de justiça, denunciou o nazismo a partir de 1932 e abandonou o seu emprego de professora para viver as condições das fábricas Alsthom e Renault, em 1934 e 1935. Foi também ela que, sofrendo com a violência da guerra civil espanhola, se juntou aos Franceses Livres em Londres, em 1942. Mulher radical e sem misturas, morreu aos 34 anos. A tradução do Pater do grego para o francês marca o primeiro ponto de guinada para Simone. Aprende-a de cor e começa a recitá-la, sem conseguir parar. Esta prática logo lhe pareceu “extraordinária”, e a sua experiência foi tal que se convenceu de que, ao recitar esta oração, “Cristo está presente em pessoa”. O seu comentário, intitulado “À propos du Pater”, “Sobre o Pai Nosso”, assume a forma de uma meditação sobre a oração, linha por linha, com base numa tradução direta do grego. Para este artigo, foi mantida uma versão mais reduzida do texto integral. 8
Pai Nosso que estais nos céus
“Ele é nosso Pai, não há nada de real em nós que não proceda Dele. Nós pertencemos a Ele. Ele nos ama, posto que ama a Si próprio e que pertencemos a Ele. No entanto é o Pai que está nos céus. E não em outra parte.” “Sabemos então que o mal em nós, mesmo se submerge todo o nosso ser, não poderá de maneira alguma manchar a pureza, a felicidade e a perfeição divinas Nele.”
Santificado seja o teu Nome
“Somente Deus tem o poder de se nomear a Si próprio. O Seu nome é impronunciável por lábios humanos. O nome Dele é a Palavra. É o Verbo. É o Logos.” “Seu nome é para o homem a única possibilidade de ter acesso a Ele. É o Mediador. (É Cristo, o Amor Misericordioso). O homem tem acesso a este Nome, embora também ele seja transcendente. Ele brilha na beleza e na ordem do mundo e na luz interior da alma humana.” “Este nome é a própria santidade, e não há nenhuma santidade fora Dele.” “Não podemos impedir-nos de desejar, nós somos desejo; mas este desejo que nos aprisiona ao imaginário, ao tempo, ao egoísmo; nós podemos, se o fizermos passar todo inteiro através deste pedido, fazer dele uma alavanca que nos arranca do imaginário para o real, do tempo para a eternidade e para fora de toda prisão do eu.”
Venha o Vosso reino
“O reino de Deus é o Espírito Santo, preenchendo completamente toda a alma das criaturas inteligentes. O Espírito sopra onde quer.” “Que pensar Nele seja um apelo e um grito. Da mesma maneira que quando estamos no limite da sede, quando estamos morrendo de sede, não concebemos mais o ato de beber referido a nós próprios, nem mesmo o ato de beber em geral. Imaginamos apenas a água, a água em si mesma, mas esta imagem da água é como um grito de todo o nosso ser.”
Seja feita a Vossa vontade
“Nós nunca estamos absoluta e infalivelmente certos da vontade de Deus, a não ser em relação ao passado. Todos os acontecimentos já passados, quaisquer que tenham sido, estão de acordo com a vontade do Pai Todo Poderoso. Isto está implícito na noção de onipotência. O futuro também, tal qual venha a ser, uma vez consumado, o terá sido de acordo com a vontade de Deus. Não podemos acrescentar nem subtrair nada a esta conformidade. Então, após um ‘élan’ do desejo em direção ao possível, uma vez mais pedimos aquilo que é.” “Aqui o objeto de nosso pedido é aquilo que se produz no tempo. Mas pedimos a conformidade infalível e eterna daquilo que se produz no tempo com a vontade divina.” “Então nosso desejo traspassa o tempo para encontrar atrás a eternidade. É aquilo que se passa quando sabemos fazer de todo acontecimento sucedido, qualquer que tenha sido, um objeto do desejo. Eis aí algo totalmente diferente da resignação: a própria palavra aceitação é demasiado fraca. É preciso desejar que tudo o que aconteceu, tenha sucedido, e nada além disto. Não porque o que tenha acontecido seja bom aos nossos olhos, mas porque Deus o permitiu, e porque a obediência do curso de acontecimentos a Deus é em si própria um bem absoluto.”
Assim na terra como no céu
“Posto que nossas faltas anteriores já foram cometidas, devemos desejar que elas tenham sido cometidas. Devemos estender este desejo ao futuro, considerando o dia em que ele tenha se convertido em passado. Esta é uma correção necessária ao pedido de que o reino de Deus venha a nós. Devemos abandonar todos os desejos por aquele da vida eterna, mas precisamos desejar a vida eterna, até ela, com desprendimento.” “Os três pedidos precedentes estão relacionadas às três Pessoas da Trindade, o Filho, o Espírito e o Pai, e também às três partes do tempo: o presente, o futuro e o passado. Os três pedidos seguintes se referem mais diretamente às três partes do tempo em outra ordem, presente, passado, futuro.”
O pão nosso de cada dia, aquele que é sobrenatural, nos dai hoje
“O Cristo é nosso pão. Nós não podemos pedi-lo a não ser para este instante. Pois Ele está sempre lá, à porta de nossa alma, querendo entrar, mas Ele não viola o nosso consentimento. Se consentirmos que entre, Ele entra, desde que não o queiramos mais, Ele parte. Não podemos condicionar hoje, a nossa vontade de amanhã; fazer hoje um pacto com Ele para que amanhã esteja em nós, apesar de nós mesmos.
Nosso consentimento com relação à Sua presença é o mesmo que a Sua presença. O consentimento é um ato, e só pode ser atual. Ele não nos concedeu uma vontade que possa se aplicar ao futuro. Tudo aquilo que não é eficaz em nossa vontade é imaginário. A parte eficaz da vontade é eficaz de forma imediata, Sua eficácia não é distinta dela própria.” “É o consentimento, o sim do casamento. Um ‘sim’ pronunciado no instante presente para o instante presente, mas pronunciado como uma palavra eterna, pois é o consentimento à união de Cristo com a parte eterna de nossa alma. Precisamos de pão. Somos seres que continuamente retiramos nossa energia de fora, pois à medida que a recebemos, a despendemos em nossos esforços. Se nossa energia não é cotidianamente renovada, ficamos sem forças e somos incapazes de movimento.”
“Devemos pedir este alimento. Quando o pedimos e pelo próprio fato de pedi-lo, sabemos que Deus quer dá-lo a nós. Não devemos suportar um só dia sem ele.” “A necessidade que nos constrange ao mal governa tudo em nós, salvo a energia do alto no momento que entra em nós. Mas não podemos armazená-la.”
Perdoai-nos as nossas dívidas assim como perdoamos a nossos devedores
“No momento de dizer estas palavras, será preciso já ter perdoado todas as dívidas. Não é somente o perdão das ofensas que nós pensamos ter sofrido. É também o reconhecimento do bem que pensamos ter feito, e de uma maneira geral tudo que esperamos da parte dos seres e das coisas, tudo aquilo que acreditamos ser nosso direito, tudo aquilo cuja ausência nos daria o sentimento de ter sido frustrados. São todos aqueles direitos que acreditamos que o passado nos dá sobre o futuro. Acima de tudo, o direito a uma certa permanência. Quando pudemos fruir de alguma coisa durante certo tempo, acreditamos ser nosso objeto e que o destino nos dá o direito de continuar fruindo daquilo. Depois pensamos ter o direito a uma compensação por cada esforço, qualquer tenha sido sua natureza: trabalho, sofrimento, ou desejo. Todas as vezes que um esforço sai de nós e que o equivalente disto não retorna a nós sob a forma de um fruto visível, temos o sentimento de desequilíbrio, de vazio, que nos faz crer que fomos roubados.” “(…) Nossos devedores são todos os seres, todas as coisas, o universo inteiro.” “Acreditamos sempre ter um crédito e que todas as coisas nos são devedoras relativamente a todos os créditos sobre os quais julgamos ter direito, trata-se no mundo, sempre de um crédito imaginário do passado sobre o futuro. É a isto que é preciso renunciar. Ter perdoado a nossos devedores é ter renunciado em bloco a todo o passado, (com seus créditos imaginários).
Aceitar que o futuro seja ainda virgem e intacto, rigorosamente ligado ao passado, por laços que ignoramos, mas completamente livre dos laços que nossa imaginação quer impor a ele.” “O principal crédito que pensamos ter sobre o universo é a continuidade de nossa personalidade. Este crédito está implícito em todos os outros.” “O instinto de conservação nos faz sentir esta continuidade como uma necessidade e acreditamos que uma necessidade seja um direito.” “Todas as circunstâncias passadas que feriram nossa personalidade nos parecem rupturas do equilíbrio que, mais dia menos dia, deveriam ser infalivelmente compensadas por fenômenos em sentido contrário. Vivemos à espera destas compensações.
A aproximação iminente da morte é horrível sobretudo porque nos obriga a descobrir que estas compensações não se produzirão. O perdão das dívidas é a renúncia à nossa própria personalidade. Renunciar a tudo que chamo ‘eu’. Sem nenhuma exceção. Saber que naquilo que chamo ‘eu’ não há nada, nenhum elemento psicológico que as circunstâncias externas não possam fazer desaparecer. Aceitar isto. Estar feliz de que seja assim. A palavra: ‘seja feita a Tua vontade’, se nós a pronunciamos com toda a nossa alma, implica esta aceitação. É por isso que podemos dizer em seguida: Assim como perdoamos a nossos devedores’. Perdoar as dívidas é a pobreza espiritual, a nudez espiritual, a morte. Se aceitamos completamente a morte, podemos pedir a Deus que nos faça reviver, purificados do mal que está em nós. Pois pedir-Lhe que perdoe nossas dívidas, é pedir-Lhe que apague o mal que está em nós. O perdão é a purificação.” “Até lá, Deus nos perdoará as ofensas parcialmente, na medida em que pudermos perdoar nossos devedores.”
E não nos deixeis cair na provação, mas protegei-nos do mal
“A única provação para o homem é ser abandonado a si próprio em contato com o mal. O nada é então verificado experimentalmente. Ainda que a alma tenha recebido o pão sobrenatural no momento que ela o pediu, sua alegria fica misturada com o pânico porque ela não pode pedi-lo a não ser para aquele instante presente. O futuro permanece duvidoso. Ela não tem o direito de pedir o pão para o dia de amanhã, mas ela expressa seu pânico relativamente ao futuro, sob a forma da súplica. A oração do Pai Nosso termina assim. A palavra ‘Pai’ começou-a, a palavra ‘mal’ a encerra. É preciso ir da confiança ao temor (…) Unicamente a confiança traz a força suficiente para que o temor não seja uma causa de queda.” “Após haver contemplado o Nome, o Reino, e a Vontade de Deus, após haver recebido o Pão sobrenatural e haver sido purificado do mal, a alma está pronta para a verdadeira humildade que coroa todas as virtudes.” “É preciso aceitar absolutamente a possibilidade de que tudo que é natural em si mesmo seja destruído.” “Os seis pedidos do Pai Nosso se correspondem duas a duas. O Pão transcendente é a mesma coisa que o nome divino. É aquilo que opera o contato do homem com Deus. O reino de Deus é a mesma coisa que sua proteção estendida sobre nós contra o mal; proteger é uma função real. O perdão das dívidas a nossos devedores é a mesma coisa que a aceitação total da vontade de Deus.
A diferença é que nos três primeiros pedidos a atenção está voltada unicamente para Deus. Nos três últimos, reconduzimos a atenção sobre nós a fim de nos constranger a fazer dos pedidos um ato real e não imaginário.” “Esta oração contém todos os pedidos possíveis, não conseguimos conceber uma oração que já não esteja aí incluída. Ela está para a oração, como o Cristo para a humanidade. É impossível pronunciá-la uma única vez colocando em cada palavra a plenitude da atenção, sem que uma transformação talvez infinitesimal, mas real se opere na alma.” Para concluir, notemos que a oração do Pai Nosso, não menciona claramente o Espírito Santo, não esqueçamos que o próprio Espírito Santo reza em nós cada vez que pronunciamos esta oração com fé. Paulo atesta-o quando escreve aos Romanos:
“recebestes um espírito de filhos adotivos, pelo qual clamamos: ‘Abba! Pai!’” (Rm 8,15).
https://www.youtube.com/watch?v=yLhRSEd7KJs
Fontes:
1 Papa Francisco, Audiência Geral, 16 de junho de 2021.
2 Idem, Meditação Matutina na capela de Santa Marta, 20 de junho de 2013.
3 Santo Agostinho, Sermão 59,7.
4 Papa Francisco, De sermone Domini in monte, Sobre o Sermão da Montanha,
II, 4, 16.
5 Idem , Homilia, 20 de junho de 2013.
6 Simone Weil, O Pai Nosso de Simone Weil, Editora Ideias & Letras, 2023.
7 Idem, Carta 4.
8 Utilizamos as citações em francês segundo o texto de Simone Weil, apresentado
pela Association de la Médaille Miraculeuse, 23 de fevereiro de 2023.